Saturday, December 23, 2006

Robert Wilson


"Assim começam a surgir as imagens e eu não sei em que direção se desenvolve isso. Não quero sabê-lo com antecipação; quero ver como surge. Quando tento adiantar o final, previamente, então eu me bloqueio por mim mesmo; então não sai nada de novo. E o que eu tento é não interpretar. Essa não é a minha missão. Da mesma forma que a definitiva representação cênica surge na mente do espectador, este deve buscar sua própria interpretação" Robert Wilson (trad. Marcos Bulhões)


Robert Wilson - The Forest, 1988
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Monday, December 11, 2006

é importante não esquecer

As Bobinas de Tesla foram usadas por Kenneth Strickland no cenário dos filmes de Frankenstein da Universal.

Aplicar o conceito de "Ritornelo" (cap. 11 dos Mil Platôs de G. Deleuze)



Segundo Sílvio Ferraz (FERRAZ, S. e MALUFE, Anita C. "Diálogos" in Cult ano 9, no. 108, 2006, pp. 61 a 63) aplicar o ritornelo consiste em operar de acordo com três aspectos inseparáveis (segundo os autores, não com uma ordem, mas eles enumeram):
  1. " escolher um eixo
  2. desenhar um domínio - território - em torno desse eixo
  3. traçar, a partir deste domínio, ou território, linhas de fuga que levem a outro ritornelo (no qual novamente será desenhado um território em torno de um eixo do qual serão traçadas linhas de fuga etc.)"
O que é o vetor de desterritorialização? "o território se precipita em sua própria dissolução"

A proposta é que, se o eixo é o circo, que se aplique, como a um mastro central, uma operação de deslocamento, visto ser a linha de fuga, como notou Zurabitchvili, um "empurrar para fora do território". O ritornelo produziria, nesse caso (aliás, já produziu) uma expansão do circo para fora de seu domínio, conduzindo a domínios adjacentes, desde o freak show (cujo exemplo máximo está em Todd Browning) até o espetáculo teatral de circo no gênero "Milagre do Calvário". O circo desterritorializado se converte na deriva de suas personas principais - o mágico, o trapezista, o engolidor de facas - e leva aos espetáculos de Mulher Barbada, Museu de Cera, Ofidiário Volante, Monga, aberrações de vários tipos. O circo de interior, o circo "poeira", o mafuá, o parque de diversões, o Luna Park, o trem fantasma, o carrinho de trombada e todo um conjunto de imagens de atrações de feira, vendedores de elixir mágico (ver Greenwich Village 1960 de Sally Banes), trambiqueiros em geral e caravanas de saltimbancos (desde o folclore da Rolidei de Cacá Diegues até o mascatismo do turco cineasta de Baile Perfumado).

Mas agir em ritornelo significa agir para desconstruir. Imagino, por exemplo, a clássica cena do jeca com a mala de papelão, entrando no cenário. A ação prossegue e a cena vai se degenerando até virar o oposto do que se quer. Pois o alvo não pode ser nada, nem "Noites do Terror", é algo para além disso tudo. Não é algo que se saiba. O alvo é o desconhecido, o que não se sabe. Pode-se ter uma diretriz, por exemplo, a acumulação.

Pegando uma outra idéia, dessa vez de Bakhtin, dos procedimentos da carnavalização - inversão e ampliação - usar os dois procedimentos na vertigem do ritornelo.
Ou seja, fazer o circo girar para fora dele e descobrir no que isso vai dar, mas sempre seguindo os dois preceitos: inverter e amplificar. Esse processo pode, inclusive, ser muito interessante pois propicia um princípio de conduta para todas as idéias que se tenha.

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